BOM RETIRO: 958 METROS












Original score and sound design in partnership with Erico Theobaldo.
Operation of the play's mobile sound house mix
Play by Joca Reiners Terron
Directed and conceived by Antonio Araujo
Teatro da Vertigem

Trilha sonora em parceria com Erico Theobaldo e operação do som móvel do espetáculo.
Dramaturgia de Joca Reiners Terron.
Direção e concepção de Antônio Araújo.
Realização do Teatro da Vertigem.
Junho/June 2012



The sound operation for the first two acts of the play (in a shopping mall and at the streets of Bom Retiro neighborhood) was centered on a mobile unit handled by a single operator. It was a house mix setup on a type of cart pulled by me whilst I controlled soundtrack and microphones and two other sound operators handled the positioning of wireless and battery powered speakers throughout the play.


A operação de som dos dois primeiros atos do espetáculo (em um shopping e na rua) foi centralizada em uma unidade móvel manuseada por um unico operador; era como uma "house mix" montada em um carrinho puxado por mim que controlava microfones e trilhas enquanto dois outros operadores cuidavam da espacialização do som manuseando caixas auto-suficientes e sem-fio.



“Na paisagem noturna das ruas desertas do bairro do Bom Retiro, uma ocupação dramatúrgica e cênica lança os “espectadores” nas contradições da história e da geografia daquele pedaço da cidade de São Paulo. Trata-se do espetáculo “Bom Retiro 958 metros”, do grupo Teatro da Vertigem.
Mas o Bom Retiro não é um pedaço qualquer de São Paulo… Porta de entrada da cidade – porque ponto de chegada e interseção de ferrovias – é historicamente local de chegada de imigrantes e hoje lugar de combinação/tensão entre as etnias que ali habitam e trabalham: judeus, coreanos e bolivianos entrelaçados pela indústria da confecção.
Na experimentação artística criada pelo grupo Teatro da Vertigem (é mais do que teatro!) a cidade é palco, cenário e personagem. Através da música, da luz e da fala, atores (e espectadores) transformam o lugar contando a história… e a história que está por trás da história, lançando luz sobre o presente.
Máquinas de costura, manequins, consumidores e o povo da rua pontuam todo o percurso: pelas ruas do bairro, dentro de um shopping, junto ao muro de pedra da linha do trem, nas ruínas da antiga “Casa do Povo”, expondo as contradições do mundo do consumo/da moda/das relações de trabalho, das relações de poder.
No final, aprisionados nas ruínas de uma cultura judaica abandonada e quase extinta, costureiras, “crackeiros” e espectadores são expulsos com jatos de água e sabão. Seu destino: o lixo.”

- Raquel Rolnik